Fora de cena
Eu que nada fiz de assombroso,
Resta a mim arte insana, consolo —
O sono dos justos, louco,
Noite frugal, serôdia.
Qualquer hora esvazia-se a casa
Sem nenhum alerta, abre-se a fenda —
Porque nada se faz por acaso
no final tudo se encaixa.
Toda ilusão que o corpo reverbera
decerto a alma jamais encena —
não ficará pedra sobre pedra
não há de me assombrar a terra.